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A prisão como projeto falido de sociedade

Photo by engin akyurt on Unsplash


O Brasil é o terceiro país com maior número de presos no mundo. Temos centenas de prisões e abrimos cada vez mais. Somos um país que fecha escolas e abre prisões. Estar preso é mais importante que educar.

Quando falamos em abolicionismo penal, todo mundo fala que é um pensamento utópico. Mas não seria a prisão uma utopia que tentamos colocar em prática e falhamos? A prisão sempre foi pensada para ser um lugar de reeducar, mas nunca foi. O preso entra na cadeia e é agredido, humilhado, passa fome, frio, fica doente, é tratado como um animal. Esse preso está aprendendo algo? Para mim, ele só está criando ainda mais ódio pelo sistema. E nem vou entrar no tema sobre as pessoas presas sem culpa alguma, pois sabemos como nossa "justiça" é injusta. A prisão não melhora nada, nem ninguém.

Toda prisão é uma prisão política. Nosso sistema é um filtro. Ele prende todos os que não consegue gerir, tira-os da sociedade e priva-os dos seus direitos, pois o capitalismo não sabe lidar com essa pessoa. Quem vai preso é o pobre, preto, periférico. É uma política de higienização, uma política de extermínio dessa classe.

Punir uma pessoa nunca serviu para prevenir nada. Se punir fosse útil, hoje em dia não existiam mais crimes. No lugar de punir alguém, devemos educá-lo, entender por que ele fez aquilo, entender o contexto e a situação que ele vive. Nossas penas são muito brandas? Uma pessoa que rouba um celular perde dois anos da vida. Se alguém rouba meu celular, eu não quero que essa pessoa seja presa, só quero meu celular de volta, um pedido de desculpas e entender o motivo que a fez praticar aquele delito.

Enfim, socialmente temos muito a mudar. Infelizmente essa pauta não é debatida. Além disso, esse tipo de pensamento é comum para os pobres, e a burguesia quer que o pobre se foda.



Texto escrito em algum momento entre 2017-2020

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